domingo, 1 de março de 2009

Um bom texto para um debate em sala de aula sobre qualidade de vida.

O que é qualidade de vida?
(Gismeire Hamnn Andrade)

Muito se tem falado sobre qualidade de vida, no entanto, você já parou para pensar o que é qualidade de vida? Propagandas nos meios de comunicação vendem uma idéia de qualidade de vida que hoje está difundida na sociedade. Segundo esta idéia, as propagandas sempre apresentam algo que é fundamental para se ter qualidade de vida... alimentação balanceada, uma casa maravilhosa no campo ou numa área de mata, um carrão na garagem, uma piscina no pátio, aparelhos de ginástica em casa, uma mulher ou homem dentro dos padrões ditados pelas industrias de cosméticos e grifes de moda, viagens incríveis com hospedagem em hotéis de luxo ... Isso demonstra que, como tudo nessa sociedade capitalista, a qualidade de vida passou a ser mais uma mercadoria.
Como afirma Kaizer (2006, p.17):
Estes apelos são tão fortes que milhões de pessoas fazem de tudo para conseguir ganhar dinheiro suficiente para poder comprar este tipo de qualidade de vida. O resultado dessa massa em movimento é uma competição muito feroz em que vale de tudo pela grana. Este movimento num mundo globalizado é global também.
Basta pararmos e olharmos à nossa volta os acontecimentos estampados todos os dias nos jornais. Vemos pessoas empobrecidas saindo de seus lares e buscando as grandes cidades, onde acabam por serem exploradas, ou se envolvendo com o tráfico e a violência. Existe também aquelas que buscam ganhar a vida fora do páis, entrando cladestinadmente em países "ricos" às custas dos países "pobres".
A má distribuição de renda no mundo é gritante, menos de 10 % da população acumula 90% de toda a riqueza. Em todo o mundo existem milhões de pessoas morrendo de fome e de doenças simples e curáveis. E não podemos esquecer ainda da corrupção, do desvio e do mau uso de dineiro público. Isso é qualidade de vida?
Kaiser (2006) também nos lembra algunds fatos interessantes:
No Mato Grosso do Sul um ecologista se mata em protesto contra a destruição do Pantanal. No Nordeste um bispo faz greve de fome em defesa do Rio São Francisco. As Florestas da Amazônia são diariamente arrasadas. Nossas riquezas naturais são levadas daqui. Os produtos transgênicos são disseminados à margem da lei e do princípio da precaução. O clima está mudando visivelmente. O gelo derrete nos pólos, há seca nas florestas e enchentes no sertão.
Este mesmo autor ainda nos faz sérias indagações:
Será esta a qualidade de vida que queremos? Um mundo de luxo para 1 bilhão de pessoas, junto a um mundo de miséria para os outros 4 ou 5 bilhões? Uma sociedade que patrola todos os tipos de sociedades que não compartilham do ideal de consumo? Um processo produtivo que concentra capital à custa da devastação natural e da exploração do homem pelo homem? Uma sociedade baseada na ética da prosperidade pessoal ao invés de uma ética de solidariedade? ... Nem para os muito ricos deste mundo a felicidade prometida está se revelando possível. (KAISER, 2006, p.18)
O tipo de qualidade de vida que devemos almejar não é aquela pregada pela mídia e prometida pela "indústria do consumo em massa", mas sim uma qualidade de vida que esteja ao alcanse de todas as pessoas do mundo sem distinção. Mas afinal de que qualidade de vida estamos falando? O que é qualidade de vida então?
Afirmo que ter qualidade de vida é ter acesso a condições dignas de vida, boa alimentação, água tratada e saneamento básico. É ter trabalho e não ser explorado. É ter tempo para o lazer e ter um ambiente limpo e saudável para se morar. Não apenas para algumas pessoas, mas para todas elas indistintamente!
REFERÊNCIAS
ANDRADE, G. H. Educação Ambiental no ensino de Ciências: uma abordagem a partir do Materialismo Histórico e Dialético. Proposta de atividade. CD-ROM. Programa de desencolcimento Educacional do Estado do Paraná - PDE. Candói-PR, 2008.
REALIDADE BRASILEIRA. Jornal Mundo Jovem. Porto Alegre: PUCRS. Ano XLIV, n. 368, julho 2006. p. 12-13.
KAIZER, A. A Reconciliação com a floresta. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. 131p.

Um comentário:

  1. Parabéns pela iniciativa.
    Os textos são interessantes e pertinentes.
    Espero por mais charges!!!

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