quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Número de espécies no planeta é menor do que se estimava.

Diminui número de espécies no planeta


Segundo uma nova estimativa publicada na revista "American Naturalist", apenas 5,5 milhões de espécies existem atualmente na Terra, uma estimativa muito menor que os 30 milhões estimados anteriormente.
Número de espécies no globo é menor que se pensava; diferença está na estimativa de artrópodes, grupo que inclui insetos.
Apenas 5,5 milhões de espécies existem atualmente na Terra, uma estimativa muito menor que os 30 milhões estimados anteriormente. É o que indica uma nova estimativa publicada na revista “American Naturalist”.
A maioria dos vertebrados, plantas e muitos micro-organismos já foram documentados. Grande parte da incerteza em estimativas globais de biodiversidade está na quantidade de artrópodes, filo que inclui insetos e aranhas.
A estimativa global de 30 milhões de espécies foi sugerida em 1982 por Terry Erwin, do Instituto Smithsonian, em Washington. Ele contou 163 espécies de besouros encontrados somente em uma espécie de árvore tropical no Panamá, Luehea seemannii, e multiplicou pelo número de espécies de árvore existentes no globo.
Erwin também inflou o resultado ao levar em conta o fato de que besouros representam cerca de 40% das espécies de artrópodes.
Agora Andrew Hamilton, da Universidade de Melbourne, na Austrália, obteve uma nova estimativa usando observações de 434 espécies de besouros de 56 espécies de árvores em Papua Nova Guiné.
Hamilton concluiu que existem entre 2,5 milhões e 3,7 milhões de espécies de artrópodes.
Somando ao número total de vertebrados conhecidos (50 mil), plantas (400 mil) e outros organismos, como fungos e algas (1,3 milhão), chega-se a aproximadamente 5,5 milhões de espécies.
Nem Hamilton, nem Erwin incluíram bactérias na estimativa porque elas são difíceis de classificar em espécies.
Para Corey Bradshaw, da Universidade de Adelaide, Austrália, os 30 milhões de Erwin são pouco realistas, mas os 5,5 milhões de Hamilton também têm suas limitações, pois a estimativa baseou-se em apenas um país. Isso acaba subestimando o papel de fatores geográficos e ecológicos na criação de biodiversidade.
De acordo com Bradshaw, a nova previsão é provavelmente muito conservadora. O número verdadeiro fica entra as duas estimativas, diz.
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Este conteúdo foi publicado em 10/06/2010 no sítio Ambiente Brasil. e está também no Portal Dia-a-dia Educação http://www.biologia.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=420

Propaganda: finalidade e ideologia.

Houve época em que a publicidade se preocupava com a informação, isso ocorreu até mais ou menos o início do século XX. Nesses tempos sua função era a de levar ao conhecimento dos consumidores os produtos que eram oferecidos pela indústria, para que por sua vez, eles os comprassem. Porém a partir do século XX a publicidade e a propaganda passaram a relacionar as mercadorias de consumo anunciadas a valores, condutas, papéis sociais e estilos de vida fazendo uso de imagens, muitas vezes apelativas que "manipulam habilmente os desejos e carências das pessoas através de filmes, programas de televisão, rádio e outras estratégias" (KAIZER, 2006, p.75).
Atualmente existe um dito popular de que "a propaganda é a alma do negócio", pois é a finalidade da propaganda é a venda e para que consiga atingir o consumidor ela precisa criar nele um estado de necessidade. Por isso a propaganda usa uma linguagem que procura convencer o consumidor, na direção de comprar o produto, seja ele, um objeto, uma imagem, um serviço, um idéia, etc.
É a publicidade a principal sustentação da sociedade de consumo, ou seja, do modo de produção capitalista. Sendo assim ela ensina uma visão de mundo ditando os comportamentos e valores, as modas, os padrões de beleza e de qualidade de vida, entre outros.
Vemos então que é o mercado quem determina o que é "aceitável ou não", "bom ou ruim" e dessa forma os padrões de beleza, de qualidade de vida, de saúde, de moda, de relações interpessoais, por exemplo, vão sendo construídos socialmente influenciados pela lógica capitalista.
Hoje as pessoas são moldadas de tal forma que perdem a sua identidade, sua capacidade crítica e de escolha, passa a ser "coisificadas", viram também mercadorias, como genialmente reflete Carlos Drummond de Andrade em sua poesia: Eu etiqueta.
A ideologia difundida nas propagandas direta ou indiretamente é a de que precisamos ser consumidores e desta forma você passa a valer pelo que tem, ou melhor, pelo dinheiro que pode gastar!
Como cita Kaizer (2006, p.75) o consumidor ideal para os profissionais de marketing e é aquele com muita grana, que só consome e não critica nem exige coisa alguma, impulsivo e egoísta [...] "quanto mais idiota ele for melhor" pois assim fica mais de ser influenciado e induzido por campanhas publicitárias".
Faz-se mais que necessário na atualidade vistas aos sérios problemas ambientais, que o planeta vem passando nos conscientizarmos da importância de consumir de forma racional, isso não quer dizer voltarmos à "idade da pedra", como pregam alguns ecologistas radicais. Afinal o homem tem o direito e deve poder usufruir da tecnologia disponível uma vez que ela existe para tornar a nossa vida mais fácil, para que tenhamos mais tempo livre, entre outras coisas...
Ser um consumidor racional significa, segundo Kaizer (2006, p.75-6), "pensar no bem da coletividade", comprar o que precisa e evitar o que é supérfluo, pensar na durabilidade do produto e no seu custo-benefício, questionar a qualidade e o processo de produção destas mercadorias. Um consumidor racional e consciente é crítico, atento e não se deixa levar por campanhas publicitárias e enganosas, bonitas e manipulativas, pelo contrário ele as repudia.
                                                                                                                        (Gismeire Hamann Andrade)
REFERÊNCIAS
GARCIA, N. J. O que é propaganda ideológica. 9. ed. São Paulo: Brasiliense, 1990.
_______ Propaganda: ideologia e dominação. Versão para eBookeBooksBrasil.com. Fonte Digital Rocket Edition de 1999, 199-2005. Disponível em: .
KAIZER, A. Reconciliação com a floresta. Porto Alegre: PUCRIS, 2006. 131p.

O que é qualidade de vida?

Muito se tem falado sobre qualidade de vida, no entanto, você já parou para pensar o que é qualidade de vida? Propagandas nos meios de comunicação vendem uma idéia de qualidade de vida que hoje está difundida na sociedade. Segundo esta idéia, as propagandas sempre apresentam algo que é fundamental para se ter qualidade de vida... Alimentação balanceada, uma casa maravilhosa no campo ou numa área de mata, um carrão na garagem, uma piscina no pátio, aparelhos de ginástica em casa, uma mulher ou homem dentro dos padrões ditados pelas indústrias de cosméticos e grifes de moda, viagens incríveis com hospedagem em hotéis de luxo... Isso demonstra que como tudo nessa sociedade capitalista, a qualidade de vida passou a ser mais uma mercadoria.
Como afirma Kaizer (2006, p.17):

Estes apelos são tão fortes que milhões de pessoas fazem de tudo para conseguir ganhar dinheiro suficiente para poder comprar este tipo de qualidade de vida. O resultado dessa massa em movimento é uma competição muito feroz em que vale de tudo pela grana. Este movimento num mundo globalizado é global também.

Basta pararmos e olharmos à nossa volta os acontecimentos estampados todos os dias nos jornais. Vemos pessoas empobrecidas saindo de seus lares e buscando as grandes cidades, onde acabam por serem exploradas, ou se envolvendo com o tráfico e a violência. Existem também aquelas que buscam ganhar a vida fora do país, entrando clandestinamente em países "ricos" às custas dos países "pobres".
A má distribuição de renda no mundo é gritante, menos de 10 % da população acumula 90% de toda a riqueza. Em todo o mundo existem milhões de pessoas morrendo de fome e de doenças simples e curáveis. E não podemos esquecer ainda da corrupção, do desvio e do mau uso de dinheiro público. Isso é qualidade de vida?
Kaiser também nos lembra alguns fatos interessantes:

No Mato Grosso do Sul um ecologista se mata em protesto contra a destruição do Pantanal. No Nordeste um bispo faz greve de fome em defesa do Rio São Francisco. As Florestas da Amazônia são diariamente arrasadas. Nossas riquezas naturais são levadas daqui. Os produtos transgênicos são disseminados à margem da lei e do princípio da precaução. O clima está mudando visivelmente. O gelo derrete nos pólos, há seca nas florestas e enchentes no sertão.

Este mesmo autor ainda nos faz sérias indagações:

Será esta a qualidade de vida que queremos? Um mundo de luxo para 1 bilhão de pessoas, junto a um mundo de miséria para os outros 4 ou 5 bilhões? Uma sociedade que patrola todos os tipos de sociedades que não compartilham do ideal de consumo? Um processo produtivo que concentra capital à custa da devastação natural e da exploração do homem pelo homem? Uma sociedade baseada na ética da prosperidade pessoal ao invés de uma ética de solidariedade? ... Nem para os muito ricos deste mundo a felicidade prometida está se revelando possível. (KAISER, 2006, p.18)

O tipo de qualidade de vida que devemos almejar não é aquela pregada pela mídia e prometida pela "indústria do consumo em massa", mas sim uma qualidade de vida que esteja ao alcance de todas as pessoas do mundo sem distinção.Mas afinal de que qualidade de vida estamos falando? O que é qualidade de vida então?
Afirmo que ter qualidade de vida é ter acesso a condições dignas de vida, boa alimentação, água tratada e saneamento básico. É ter trabalho e não ser explorado. É ter tempo para o lazer e ter um ambiente limpo e saudável para se morar. Não apenas para algumas pessoas, mas para todas elas indistintamente!
                                                                                                                       (Gismeire Hamann Andrade)
REFERÊNCIAS
REALIDADE BRASILEIRA. Jornal Mundo Jovem. Porto Alegre: PUCRS. Ano XLIV, n. 368, julho 2006. p.12-13.
KAIZER, A. A Reconciliação com a floresta. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. 131p.

Números da desigualdade

Chamou-me a atenção a seguinte frase que li durante meus estudos "a produção capitalista criou as condições materiais da existência humana em sociedade no seu estágio mais avançado e ameaça destruí-las" (BOLDRINI, 2002 p.10). É o que observamos hoje ao analisarmos que “o capitalismo global fez aumentar a pobreza e a desigualdade social não só através da transformação das relações entre o capital e o trabalho, mas também pelo processo de ‘exclusão social’” (Capra, 2005, p.155). Evidencia-se, portanto que "além de sua instabilidade econômica, a forma atual do capitalismo global é insustentável dos pontos de vista ecológico e social, e por isso não é viável em longo prazo” (idem, p. 167) .

Tal fato levou-me à conclusão de que para a sociedade de modo geral isso parece algo muito longe de estar acontecendo! A maioria das pessoas acha que não existem excluídos no mundo ou, se existem, esse número não é tão grande assim. Para elas esse papo de desigualdade e exclusão social é só falácia, pois estão cegas e impregnadas pelo pensamento ideológico da classe dominante. Acha-se natural existirem pessoas passando fome, morando em barracos de lona. O pior é que atribui-se como causa deste fato, por exemplo, a falta de valores familiares ou de esforço e dedicação. Porém basta olharmos com mais atenção alguns números que aparecem divulgados, pela ONU - Organização das Nações Unidas, pela CPT - Comissão Pastoral da Terra, pelo IBGE - Instituto de Geografia e Estatística, pelo INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, pelo IAPAR - Instituto Agronômico do Paraná e outras tantas entidades governamentais ou não. Esses números retratam uma cruel realidade.

O Worldwatch Institute no relatório O Estado do Mundo em 2003, divulga que:

• Sete mil pessoas morrem por dia vítimas de malária, sendo este número superior ao de pessoas com AIDS que vêm a óbito;
• 5,5 mil crianças morrem por dia devido a más condições de sanitárias básico, falta de água potável e contaminação dos alimentos, ar e água;
• 1 bilhão de pessoas em todo o mundo buscam abrigo em assentamentos "informais", freqüentemente em locais extremamente precários - encostas íngremes ou várzeas, lixões ou a jusante de poluidores industriais vivendo não apenas sob constante ameaça de despejo, mas também dos riscos de desastres naturais e doenças devido à falta de água e saneamento;
• Cientistas consideram que o mundo se encontra em meio a maior onda de extinção de animais desde o desaparecimento dos dinossauros, 65 milhões de anos atrás.

Loureiro (2006, p. 41) comenta estes dados em seus estudos e ainda cita outras informações presentes no referido relatório, tais como: "as três pessoas mais ricas possuem patrimônio igual ao PIB dos 48 países mais pobres e aproximadamente trezentas maiores fortunas possuem em ativos o equivalente à renda de dois bilhões e setecentos milhões de pessoas".

Segundo a ONU [1] estima-se que 20% da população mundial se apropriam de 86% das riquezas do mundo. E ainda aproximadamente 75% do comercio mundial se realiza entre empresas multinacionais. Além disso, até 2001, as dez empresas mais importantes de cada setor no mundo controlavam 86% das comunicações, 70% da informática, 60% dos produtos veterinários, 35% dos remédios, 46 % do comercio de sementes e 90% do mercado dos agroquímicos.

O IBGE (2006) também não trás números muito animadores, segundo seus levantamentos:

• o Brasil tem 170 milhões de habitantes e destes 50 milhões de pessoas vivendo em condições de indigência, com renda inferior a oitenta reais por mês, ou seja, 29,26% de nossa população não consegue satisfazer suas necessidades diárias.
• 14 milhões de brasileiros vivem em domicílios caracterizados por um estado de insegurança alimentar grave, o que significa que convivem com a fome quase todos os dias, alguns dias, ou um ou dois dias por mês.
• 10% das pessoas (os mais ricos) ficam com quase 50% da renda, enquanto 50% das pessoas (os mais pobres) ficam com um pouco mais que 10% da renda;
• 1% das famílias mais ricas consome 15% da renda, mais de 85 milhões de pessoas (a metade mais pobre) consomem apenas 12%.

Sabe-se hoje que o Brasil é a nona economia mundial, porém possui a 4ª maior concentração de renda no planeta, só perdendo para Serra Leoa, (República Centro - africana e Suazilãndia). Essa situação se reflete no campo onde somos o segundo país em concentração de propriedade fundiária em todo o planeta.

Segundo o INCRA [2]:

• 1% dos estabelecimentos agrícolas controla 45% das terras, enquanto que 90% dos pequenos estabelecimentos possuem apenas 20% da área agricultável;
• 62% da área total dos imóveis rurais do país é improdutiva (na média nacional);
• 120 milhões de hectares são de terras boas para a agricultura e pecuária não produzem nada;
• 30 milhões de hectares pertencem a empresas estrangeiras;
• 32 mil latifundiários concentram 132 milhões de hectares;
• Apenas 30% dos imóveis cadastrados no INCRA são considerados produtivos;
• 250 milhões de áreas devolutas (áreas que perte&ncem ao Estado e foram apropriadas ilegalmente por grandes proprietários).

A situação do Paraná também é alarmante, segundo dados do IAPAR (2000) [1] nosso Estado é o sexto no ranking nacional de desenvolvimento, onde temos 72% dos municípios apresentando IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) inferior à média nacional. Temos aqui 9,5 milhões de habitantes dos quais cerca de 1 milhão de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, ou seja, ou pouco mais de 10% da população vive ou sobrevive com menos de 25% do salário mínimo, sendo que destes 35,11% vivem no campo.

Cabe-nos aqui então indagar: será que todas as pessoas do planeta possuem realmente qualidade de vida ou apenas sobrevivem da pior forma possível muitas vezes?

E na sua cidade, existem desigualdade e exclusão social?
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[1] Dados divulgados pela CPT - Comissão Pastoral da Terra durante a 22ª Romaria da Terra do Paraná em Tamarana, 20/08/2006.

[2] Dados divulgados no Jornal Mundo Jovem. Ano XLIV, n. 368, julho 2006. p. 13.


Referências
BOLDRINI, E. B. Créditos de Carbono. (A Ideologia da Educação Ambiental). In: Revista Geo Notas. v. 6, n. 3, Jul/Ago/Set 2002. Depto de Geografia - UEM, 2002. Disponível em: . Acesso: 16/05/2007.
CAPRA, F.. As conexões ocultas: ciência para uma vida sustentável. Marcelo Brandão Cipolla (trad.) São Paulo: Cultrix, 2005. 295p.
CPT - Comissão Pastoral da Terra. 22ª Romaria da Terra do Paraná em Tamarana, 20/08/2006. Brochura
Jornal Mundo Jovem. Terra para o alimento, não para o lucro. Entrevista Dom Thomás Balduíno, bispo de Goiás, um dos fundadores da Comissão Pastoral da Terra - CPT. Ano XLIV, n. 368, julho/ 2006. p. 13.
LOUREIRO, C.F.B. Trajetória e Fundamentos da educação Ambiental. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
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O lixo nosso de cada dia.

Segundo a wikipédia lixo ou resíduo é "qualquer material considerado inútil, supérfluo, e/ou sem valor, gerado pela atividade humana. e o qual precisa ser eliminada. É qualquer material cujo proprietário elimina, deseja eliminar, ou necessita eliminar". Convencionou-se chamar de lixo aqueles resíduos em estado sólido, sendo que materiais presentes nele podem ser reutilizados enquanto outros não.

Um das formas de classificar o lixo é a partir da sua origem, dessa forma temos os seguintes tipos de lixo: domiciliar, comercial, industrial, público, hospitalar, agrícola, digital, espacial e nuclear. também podemos classificar o lixo de acordo com a sua composição em orgânico (materiais de origem animal e vegetal) e inorgânico.

O recolhimento e armazenamento do lixo numa cidade são responsabilidade da Prefeitura, podendo ser utilizado serviço público ou empresa privada para prestar este serviço. O destino do lixo pode ser lixões a céu aberto, aterros sanitários, incineração, reciclagem, compostagem e biodigestão.

Reportagem destacada no site Ache tudo e região cita que os "depósitos a céu aberto ainda são o principal método de disposição de lixo em muitas cidades. Essa destinação inadequada acarreta uma série de problemas para a saúde (pública) humana e para a produtividade, além do desperdício de recursos que poderiam ser utilizados (reciclagem) e do comprometimento de reservatórios naturais (rios, nascentes)".

Talvez o maior problema ambiental atual do mundo seja a produção e acúmulo de lixo. A quantidade de lixo gerado atualmente no mundo é muito grande. Existem países que chegam a pagar para que outros países recebam o seu lixo por falta de lugar para armazená-lo.

Além da falta de espaço para o armazenamento o lixo traz outros sérios problemas: a poluição e contaminação do solo e da água, a proliferação de agentes causadores e transmissores de doenças e também a transmissão de doenças.

Dados do Ministério do Meio Ambiente demonstram que o Brasil produz anualmente, em média, 90 milhões de toneladas de lixo. E que cada brasileiro gera diariamente, em média, 500g de lixo, podendo chegar a mais de 1kg, dependendo do local em que mora e do seu poder aquisitivo.

O lixo anual de uma pessoa é composto em média por: 90 latas de bebidas; 2 árvores gastas com papel; 107 garrafas ou frascos; 70 latas de alimentos; 45kg de plástico; 10 vezes seu próprio peso em refugo doméstico.

Devido ao crescente acúmulo de lixo no planeta hoje fala-se muito nos 5R, que são:

1º: Reduzir a produção de lixo e objetos desnecessários. Reduzir também significa usarmos produtos mais duráveis, controlarmos o uso excessivo de água, luz, gás, enfim, evitarmos qualquer tipo de desperdício.

2º: Reutilizar o que fabricamos e evitarmos o uso de “materiais descartáveis”, a menos que sejam necessários à proteção da nossa saúde. Desta maneira, devemos aproveitar roupas e móveis, trocar, vender e doar tudo aquilo que não tem utilidade para nós, mas pode ser usado por alguém.

3º: Reciclar os materiais usados para fabricação de novos produtos. Para que seja possível reciclar plásticos, vidros, metais e papéis, estes materiais precisam estar separados e em grande quantidade. Por isso é tão importante praticar a coleta seletiva.

4º: Repensar sobre nossos hábitos de consumo e repensar sobre as conseqüências que o consumo desenfreado gera em nosso planeta: esgotamento das reservas de água e minérios, poluição da água, do ar, do solo, além do agravamento das desigualdades sociais.

5º: Reaproveitar: reaproveitar sobra de alimentos e sobra de materiais.

(Gismeire Hamann Andrade)


REFERÊNCIAS

RESÍDUO. Wikipédia disponível em: pt.wikipedia.org/wiki/Resíduo Ache tudo e região. Algumas técnicas de tratamento do lixo. 5/08/2007. Disponível em: http://www.achetudoeregiao.com.br/animais/reciclagem_de_lixo.htm

A política energética brasileira e os apagões.

Há algum tempo atrás, mais precisamente há alguns anos, o medo do apagão tomou conta de todos. Em todos os lugares o assunto do dia era o apagão. Foi a partir daí que a energia passou a ser algo mais presente na vida das pessoas.
Muito vem sendo discutido sobre o tema energia o que fez com que se surgisse mais forte uma cultura de economia de energia. Que se por um lado se tem o desenvolvimento de tecnologia que poupam energia, como por exemplo, as lâmpadas econômicas. Por outro existe um jogo de interesses onde estão os benefícios para os produtores das mercadorias que usam essas novas tecnologias que interessam.
Até mesmo a geração de energia por fontes alternativas passou a ser explorada, de modo que se fala muito em energia eólica; em geração de energia por pequenas hidrelétricas; em energia solar ou energia biomassa. Unidades piloto de usinas com casca de arroz e cavaco de madeira funcionam em alguns lugares em nosso país, assim como usinas eólicas já estão sendo implantados no sul do Brasil.
A discussão sobre o que é essencial e o que é supérfluo, em termos de consumo de energia, é grande. Enquanto são difundidas formas de economizar energia ao "homem comum", contraditoriamente encontramos nas cidades "anúncios iluminados que ficam a noite acesos, num momento em que a maioria dorme. Como propagandas, não servem de nada, mas gastam horrores de energia" (KAIZER, 2006, p.49). Mais uma vez se percebe que o que impera é a lógica capitalista onde vemos pressão para a implantação de termelétricas a carvão, apesar dos altos impactos da queima de carvão. E do incentivo à produção de biocombustíveis como o álcool e biodiesel, sem levar em conta os danos causados desde o plantio da cana e soja até seu processo de produção.
KAIZER (idem) nos lembra que "o risco do apagão também tem servido para discutir o modelo de privatização do país que não trouxe fontes novas de energia, mas só fez crescer a tarifa". E ainda explica:
Na lógica capitalista, em que não interessa o bem público, mas os lucros, o lance é fazer escassear um produto. Com isso o preço aumenta e se torna interessante a sua venda. É o que está acontecendo agora. O custo da energia teve um grande aumento de preço, o que só é bom para as distribuidoras de energia que surgiram com a privatização do setor. As usinas termelétricas a gás nem sempre estão funcionando a pleno vapor (o trocadilho é inevitável) porque quem construiu quer a dolarização da tarifa, em função de que o gás que ela consome tem preços em dólares. É a lógica da escassez para gerar lucro em detrimento do interesse comum.

Segundo ele ainda esse mesmo pensamento é o que explica a escassez de reservas d’água nas nossas barragens, além da falta de chuva. Uma vez que depois de certo tempo sem grandes investimentos na geração de energia e da privatização de sua distribuição, estimulou-se o interesse em gerar mais consumo para gerar mais lucro. O resultado disso foi que nossas barragens foram usadas além da taxa de reposição de chuvas e aí é que residiu a verdadeira culpa dos apagões e não na natureza como se difundiu
Kaizer (2006, p.48) ressalta a necessidade de pensarmos criticamente sobre "o mundo de desperdícios que é a nossa sociedade de consumo". E também como é possível se fazer economia através de medidas simples como apagar luzes de salas vazias e usar equipamentos mais econômicos. Para ele uma sugestão muito boa é "desligar mais seguido a TV, conversar em vez de ficar consumindo cultura inútil". O autor ainda nos deixa como conclusão a seguinte reflexão: "Já pensou quanta energia seria poupada com milhões e milhões de televisores desligados neste imenso país? Certamente estaríamos bem melhor se isso ocorresse, construindo a superação deste modelo insustentável de vida" (p.50).
Para Vainer e Bermann "temos muito a fazer no terreno da redução e racionalização do consumo", muita energia poderia ser economizada. Basta compararmos o consumo energético de um shopping center, de "arquitetura energeticamente estúpida exige iluminação e refrigeração artificiais por todo o dia", com as áreas comerciais de nossas cidades. Eles seguramente afirmam que aumentando a eficiência dos eletrodomésticos e das indústrias também poderíamos economizar muita energia. E nos fazem pensar sobre outro fato interessante quando nos explicam que

A economia seria infinitamente maior se, ao invés da simples pressão sobre o consumidor residencial, fossem revistos os acordos de fornecimento com indústrias eletrointensivas que se beneficiam de enormes subsídios. As indústrias de alumínio, por exemplo, exportam 70% da produção e recebem subsídios de 200 a 250 milhões de dólares ao ano para as fábricas do Pará e Maranhão. Trocado em miúdos, isto quer dizer que destruímos nossas florestas, inundamos terras férteis, expulsamos do campo populações ribeirinhas, eliminamos cultural e, mesmo, fisicamente, populações indígenas… para subsidiar o consumo de alumínio nos países dominantes — que, desde a crise do petróleo, deslocaram para os países periféricos os setores industriais que consomem grandes quantidades de energia. (VAINER E BERMANN)
(Autoria: Gismeire Hamann Andrade)
REFERÊNCIA

KAIZER, A. Parece que vai faltar luz! In: A Reconciliação com a floresta. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2006. p.48-50.
VAINER, C. B. e BERMANN, C. Lições da crise energética. s.d. In: Site do Movimento dos Atingidos por Barragens - MAB. Disponível em: